Vestimentas de uso profissional trazem tecnologias que vão além da segurança
Tecidos e fibras especialmente desenvolvidos para preservar a saúde e a segurança do trabalhador no ambiente ocupacional diferenciam as vestimentas de proteção dos uniformes. Classificadas como EPIs, servem como uma espécie de capa protetora para o corpo - ou parte dele - contra riscos mecânicos, térmicos, químicos, elétricos, radioativos ou umidade.
À medida que as vestimentas de proteção evoluem, características de segurança e conforto são potencializadas. Hoje, o mercado nacional oferece trajes compostos por tecidos de gramaturas mais leves e maleáveis. Mas nem sempre foi assim. Delcir Mendes, profissional independente que por mais de 10 anos foi encarregado do setor de ensaios de EPIs na então Divisão de Segurança do Trabalho da Fundacentro, relata que as primeiras peças eram confeccionadas com os materiais disponíveis nas décadas de 1940 e 1950. Período em que, segundo ele, as vestimentas passaram a ser utilizadas como forma de proteção na indústria de base do Brasil. Couro tratado ao cromo e tecidos com acabamento que evitavam a propagação de chamas estavam entre as poucas opções. Limitados também eram os testes realizados na época. "O nível de proteção das vestimentas não era testado, pois não havia uma norma técnica com esse requisito. Eram verificados, somente, a resistência mecânica (ensaio de rasgamento e ruptura) e os aspectos químicos (como teor de cromo, teor graxo e pH, no caso do couro)", detalha ele.
Mas o cenário descrito pelo especialista foi totalmente modificado com a chegada das fibras sintéticas em território nacional. Foi então que os fabricantes nacionais enfrentaram uma importante fase de transformação no segmento de vestimentas para uso profissional. "As fibras sintéticas representaram a maior revolução da história deste EPI. Com o seu uso, tornou-se possível atender a outras situações de risco que até então não dispunham desses recursos, como do setor elétrico, por exemplo", ressalta Mendes. Os inovadores materiais começaram a ganhar espaço em função de seu bom desempenho frente a riscos de origem térmica e mecânica. Outro fator que impulsionou o uso de EPIs confeccionados com as novas fibras foi a proibição do uso de amianto como matéria-prima para a confecção das roupas.